5.12.09

Soneto e ruptura






Lançar um soneto no papel
É como “deitar sortes à ventura”*
Na expressão antiga do cordel
Que incorre numa certa ruptura.


Sim, pois que há o antes e o após
Do soneto último e durável
Por fração do gozo e do inefável
Desfrute produzido assim a sós.

Serei eu o que fui antes do verso
Que me transfigurou o pensamento
Fechando ciclo agora controverso?

Lançada em novo impulso para o mundo
Sou doravante o fruto do momento
Que ofertou não sua face, mas o fundo... 

 Alma Welt

Nenhum comentário: