5.5.10

Sonho Negro

Sister moon
És sempre insólito e misterioso
e eu, a cada dia, mais submissa.
Mas teu amor, ó meu amor tirano,
é uma provação a ferro e fogo.

Tu me proíbes de rir e de cantar
de rezar já me proibiste há muito tempo.
Desde que a nos separar nós não cheguemos,
pouco te importa o que me aconteça!

Assim, estrangeira ao céu e à terra,
eu vivo e já não canto mais.
É como se afastasses minha alma peregrina
tanto do inferno quanto do céu.

Por causa de teu amor enigmático
eu gemo como uma enferma.
Fui ficando amarelada e trêmula,
quase não consigo mais andar.

Não me venhas com novas canções,
que elas podem ser enganadoras;
mas arranha, arranha com mais força
este meu peito de tísica,

para que o sangue mais rápido espirre
de meu colo sobre a cama,
e a morte de meu coração arranque
para sempre esta maldita embriaguez.

Ele me disse que não tenho rival,
que para ele não sou uma mulher deste mundo,
e sim um sol de inverno que à terra tráz alegria,
 
Uma canção selvagem vinda da terra natal.
Quando eu morrer, ele não ficará triste,
não gritará, cheio de pavor: "Ressuscita!"
Mas, de repente, perceberá que é impossível viver
o corpo sem sol, a alma sem canções.
E daí?
[...]

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