15.5.10

Eu sou

abulafia
Eu sou essa pessoa a quem o vento chama,
a que não se recusa a esse final convite,
em máquinas de adeus, sem tentação de volta.

Todo horizonte é um vasto sopro de incerteza:
Eu sou essa pessoa a quem o vento leva:
já de horizontes libertada, mas sozinha.

Se a Beleza sonhada é maior que a vivente,
dizei-me: não quereis ou não sabeis ser sonho ?
Eu sou essa pessoa a quem o vento rasga.

Pelos mundos do vento em meus cílios guardadas
vão as medidas que separam os abraços.
Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina:

“Agora és livre, se ainda recordas.

Cecília Meireles

Um comentário:

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Lindo poema... belas frases à esquerda! Amei!

Um grande abraço, amiga Fátima.
Tenha um belo fim de semana, com a bênção de Deus!