2.4.10

Palavras interditas


Lenka Gábelová
Não ouças o que eu digo, não dês voz
às palavras que à noite te murmuro.
São setas de arremesso contra o muro
de silêncio que erguemos entre nós.

O que tenho a dizer-te está além
de tudo o que te digo e o que sinto.
Por muito que te minta (e eu não minto)
são coisas que não digo a mais ninguém.

Porque sobre as palavras que te digo
voa o pássaro azul dos sentimentos
que não sei transmitir, mas trago dentro

de mim quando me encontro a sós contigo
e ignoro as palavras interditas
que diriam o amor com que me fitas.
Torquato da Luz

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