Imagem: Sandra Battaglia
A ecologia mental, chamada também de ecologia
profunda, sustenta que as causas do déficit da Terra não
se encontram apenas no tipo de sociedade que atualmente temos. Mas
também no tipo de mentalidade que vigora, cujas raízes
alcançam épocas anteriores à nossa história
moderna, incluindo a profundidade da vida psíquica humana
consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica.
Há em nós instintos de violência,
vontade de dominação, arquétipos sombrios que
nos afastam da benevolência em relação à
vida e à natureza. Aí dentro da mente humana se iniciam
os mecanismos que nos levam a uma guerra contra a Terra.
(...)
O antropocentrismo considera o ser humano rei/rainha do universo.
Esta estrutura quebra com a lei mais universal do
universo: a solidariedade cósmica. Todos os seres são
interdependentes e vivem dentro de uma teia intrincadíssima
de relações. Todos são importantes.
A moderna cosmologia nos ensina que tudo tem a ver com tudo em todos
os momentos e em todas as circunstâncias. O ser humano esquece
esta realidade. Afasta-se e se coloca sobre as coisas em vez de
sentir-se junto e com elas, numa imensa comunidade planetária
e cósmica. Importa recuperarmos atitudes de respeito e veneração
para com a Terra.
(...)
Isso somente se consegue se antes for resgatada
a dimensão do feminino no homem e na mulher. Pelo feminino
o ser humano se abre ao cuidado, se sensibiliza pela profundidade
misteriosa da vida e recupera sua capacidade de maravilhamento.
O feminino ajuda a resgatar a dimensão do sagrado. O sagrado
impõe sempre limites à manipulação do
mundo, pois ele dá origem à veneração
e ao respeito, fundamentais para a salvaguarda da Terra.
(...)
Leonard Boff em
A nova era: a civilização planetária

Um comentário:
Morena, boa tarde...
Só agora pude abrir sua página...
Está lindo Morena, gosto destes assuntos, apesar de estar um pouco parada com relação a leituras, a internet tem me atrapalhado um pouco, fico muito envolvida e esqueço-me de retomar ao meu hábito de ler livros...
Há algum tempo fui Rosacruz, gosto das filosofias e ciências que estudam a essência humana como um todo e em partes também...
Mas, acredito que a violência está impressa em nossas células como uma
marca indelével... O controle desta tendência ao mal está na crença ao mistério, ao dógma cristão!!!
Voltarei mais vezes e com calma para ler tudo...
Um grande abraço,
Rita
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